Tribunal separatista pró-Rússia condena três soldados ucranianos à prisão
Separatistas pró-Rússia do leste da Ucrânia condenaram três soldados ucranianos a pesadas penas de prisão, a quem acusam de ter cometido "violência contra civis", anunciou o Comitê Investigativo Russo nesta sexta-feira (10).
Capturados durante a ofensiva russa na Ucrânia, Viktor Pokhozey, Maksym Butkevych e Vladislav Shel foram considerados culpados de "violência contra a população civil" e "recurso a métodos proibidos em um conflito armado", informou em nota a entidade encarregada das principais investigações na Rússia.
Butkevych e Shel, também condenados por tentativa de homicídio de várias pessoas, receberam, respectivamente, sentenças de 13 e 18 anos e meio de prisão. Já a pena de Pokhozey é de 8 anos e meio de reclusão.
As sentenças foram anunciadas pelos autoproclamados "tribunais supremos" das regiões separatistas de Donetsk e Luhansk, que foram anexadas à Rússia no ano passado, em um estatuto não reconhecido pela comunidade internacional.
Ativista ucraniano dos direitos humanos e fundador da rádio independente Hromadske Radio, Butkevych ingressou no exército de seu país em março de 2022, pouco depois do início da ofensiva russa.
Pokhozey, por sua vez, é um dos comandantes do regimento Azov, formado, sobretudo, por nacionalistas ucranianos e que se destacou na defesa da cidade de Mariupol, conquistada pelos russos após um cerco devastador que durou vários meses.
Shel também faz parte do mesmo regimento.
Em resposta a estas condenações, o ministério ucraniano das Relações Exteriores denunciou um "julgamento falso" que "pretende legalizar um novo massacre político de cidadãos ucranianos".
"As sentenças proferidas são ilegais, nulas e sem valor", acrescentou, em nota, pedindo à comunidade internacional para "condenar" o processo e "exigir" de Moscou a liberação dos três soldados ucranianos condenados.
bur/ob/es/jvb/yr/mvv