UFRJ ganha certificação ODS EDU que reconhece ações e projetos voltados para a sustentabilidade

A Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) recebeu, ontem, em Brasília, o selo ODS EDU, em reconhecimento a ações e projetos alinhados com os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS) e que contribuem para que sejam atingidas as 17 metas da Agenda 2030, da Organização das Nações Unidas (ONU).

Sinal Verde: Praias da Ilha de Paquetá voltam a ser consideradas próprias para banho

Aparência que engana: Arpoador tem mar caribenho, mas água imprópria para banho

— Esse reconhecimento é muito importante para toda a nossa comunidade acadêmica, ele confere uma sensação de pertencimento e importância do nosso trabalho para a construção de um país melhor, mais sustentável. O certificado é como uma cola, que ajuda a unir nossas ações internamente e também com outras universidades, numa troca de experiências que leva todos a crescer juntos — disse Denise Freitas, pró-reitora de Pós-Graduação e Pesquisa da UFRJ, após receber a certificação em cerimônia realizada no Centro Cultural da Associação dos Docentes da Universidade de Brasília.

Ao todo a UFRJ apresentou cinco projetos — desenvolvidos nas áreas de ensino, pesquisa, extensão e gestão —para serem avaliados visando a certificação. Um deles foi a criação de um mapa das ações desenvolvidas nos 1.456 laboratórios da universidade que dialogam de alguma forma com os ODS.

— Detectamos que 80% dos laboratórios, nas mais diversas áreas do conhecimento, tinham alguma linha de atuação relacionada aos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável. Ao mapear essas iniciativas a gente permite que haja uma interação produtiva entre pesquisadores com trabalhos que podem ter alguma afinidade entre si — acredita Denise Freitas.

Outro projeto apresentado pela UFRJ foi o Plano de Logística Sustentável, desenvolvido nos campi do Rio, Duque de Caxias e Macaé, e unidades como complexo hospitalar e o Fórum de Ciência e Cultura. Uma das ações desenvolvidas no âmbito do plano foi o Mutirão de Agroecologia (Muda), da Escola Politécnica da universidade que transformou uma área de mais de 1.800 metros quadrados, na Ilha do Fundão, em agrofloresta. No local são plantadas espécies como cacau, banana, café, mamão, folhagens em geral e até a pouco conhecida Chaya, uma Planta Alimentícia Não Convencional (PANC) bastante versátil, que chegou a ser servida na bandejão da universidade.

— A gente trabalha muito na Engenharia ambiental a importância da extensão na formação do aluno, a educação é a chave para tratar uma sociedade doente, as questões ambientais são importantes hoje, precisamos ser eficientes, reaproveitar o alimento, fechar o ciclo, tornar os processos mais eficientes — disse Heloísa Firmo, chefe do Departamento de Recursos Hídricos e Meio Ambiente da Escola Politécnica da UFRJ.

O projeto inclui ainda o reaproveitamento de sobras do restaurante universitário. O material orgânico que seria descartado é coletado, vai para compostagem e vira adubo que ajuda na produção da agrofloresta. Estudos realizados pelo grupo Muda indicam a possibilidade implementação de pátio de compostagem para a reciclagem de resíduos de aproximadamente 10.000 refeições diárias, o que permitiria a transformação de 3,81 toneladas de resíduos orgânicos em adubo.

— Começamos a trabalhar os conceitos de agroecologia e permacultura e então surgiu a questão dos resíduos. Desenvolvemos uma proposta de aproveitar os resíduos do restaurante universitário e a experiência tem sido muito boa — diz Heloísa Firmo.