Um ano depois: viúvo de Paulinha Abelha tenta superar perda com a música: 'Ela foi minha maior apoiadora'

Um ano após a morte de Paulinha Abelha, por complicações renais, Clevinho Santana, seu viúvo, conta com a inspiração deixada pela vocalista da banda Calcinha Preta para seguir em sua carreira como cantor. Ele acabou de gravar um clipe de sua nova música, "Aquele ai ai ai", que será lançado em março, quando será divulgada uma nova agenda de shows. O mergulho no trabalho ajuda a superar a perda repentina, com a cantora morrendo após ficar em coma em um hospital particular de Aracaju, após passar mal durante a turnê da banda Calcinha Preta em São Paulo.

— Foi um ano de uma perda irreparável, continua sendo muito difícil. Graças ao trabalho e a ajuda dos amigos e da família tenho tentado superar, a Paulinha foi minha maior apoiadora. Agradeço a Deus todos os dias por ter colocado uma mulher como ela na minha vida — diz Clevinho. — Durante o dia, muitas vezes estou trabalhando ou com amigos, e fica menos pesado o luto. À noite, quando me deito sozinho na cama é mais difícil, quando as lembranças vêm.

O cantor, que começou a carreira como músico e influencer, vai organizar uma missa na sexta-feira, às 19h30, na Paróquia Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, no Bairro Orlando Dantas, em Aracaju, para marcar um ano do falecimento da cantora:

— Algumas datas são mais difíceis pelas lembranças que trazem. Nos dias 23 de todos os meses, eu faço uma homenagem a Paulinha nas minhas redes — comenta o cantor. — Mas também são lembranças boas, de uma brincadeira que fazíamos num aeroporto, num hotel onde ficamos juntos. É uma coisa que sempre vou carregar comigo.

Clevinho, que começou a se relacionar com Paulinha em 2017, diz que considerava o pai da cantora, Gilson Nascimento Santos, conhecido pelos fãs como Gilson Abelha, como o seu próprio pai. Sofrendo os efeitos do Alzheimer, ele chegou a ficar alguns meses após a morte da filha sendo cuidado pelo cantor. Depois, as irmãs da cantora decidiram levá-lo para Simão Dias, no Sergipe, onde Paulinha foi criada e onde o restante da família ainda vive.

— Quem conheceu nossa história sabe que eu tenho o seu Gilson como um pai de verdade, que sempre cuidei dele com o maior carinho e dedicação. Quando ele ficou 22 dias na UTI, eu o acompanhei. Hoje, infelizmente, estamos distantes, mas sei que ele está bem com a família.Tenho a mente e o coração tranquilo de que fiz tudo o que podia por ele.

Sobre as investigações da causa da morte da cantora, Clevinho diz que desistiu de chegar ao fato que pode ter desencadeado a infecção no sistema nervoso que a vitimou — o laudo definitivo publicado em 31 de março do ano passado descartou que as complicações renais, hepáticas e neurológicas pudessem ser causadas pelo uso de medicamentos, como foi aventado antes.

— Cheguei a contratar um médico para descobrir a causa, se foi alguma substância que ele ingeriu, mas não foi possível identificar. Aí depois seria necessário exumar o corpo, acho que já seria demais, só ia trazer as piores lembranças — reconhece o cantor. — Se fosse para tê-la ainda comigo, eu faria qualquer coisa e daria tudo o que tenho. Mas nesse caso, acho melhor deixar como está.