Unidos de Vila Isabel fica em terceiro lugar com grito de ‘Evoé!’ ao carnaval carioca

Depois de levar as celebrações pelo mundo à Sapucaí com o grito de “Evoé!” e apostar na estética inovadora como ferramenta, a Unidos de Vila Isabel, escola da Zona Norte do Rio, é o terceiro lugar do Carnaval 2023.

Com apuração acirrada, a comunidade acompanhou apreensiva o anúncio das notas. Depois de vaiar a primeira pontuação — 9.9 — no quesito harmonia, a comunidade da Vila Isabel festejou as três notas dez seguidas. Antes, na quadra lotada, a comunidade cantava, em peso, o samba-enredo deste ano.

A escola também vaiou a primeira nota no quesito Alegorias e Adereços. A escola, que trouxe São Jorge para a Avenida, recebeu 9,9 do primeiro julgador.

A primeira nota dada ao “Evoé!” de Vila Isabel não agradou a comunidade na quadra. O 9,8 no quesito Samba-Enredo “parece brincadeira”, gritou um dos torcedores na multidão.

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Cria da Vila Isabel e componente da escola, a advogada Bianca Pires mora com o marido a duas quadras da agremiação. A torcedora acompanhou cada minuto da apuração com olhos fixos no telão. Para ela, o resultado foi justo, mas a Vila merecia o primeiro lugar.

— O resultado foi justo, apesar da Vila ter perdido. O desfile da Imperatriz estava realmente muito bonito. A Vila estava impecável e sem erros, e a expectativa ficou até o fim. Mestre-sala e porta-bandeira, troca de roupa na Avenida, foi tudo lindo — diz.

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A advogada acredita que o samba é isso. Ganhar, perder, e sempre comemorar. Ela considera, importante, também, reconhecer o desempenho da coirmã.

— Mas temos que dar os parabéns à campeã deste ano.

Terceira escola a desfilar na Marquês de Sapucaí na segunda noite do Grupo Especial, a agremiação levou o enredo "Nessa festa eu levo fé", desenvolvido por Paulo Barros, no qual misturam-se a alegria e as festividades que têm ligação com a religiosidade, como o próprio carnaval, bem como festas típicas mundo afora.

Paulo Barros levou da lavagem do Senhor do Bonfim ao Círio de Nazaré, das festas juninas ao Festival de Parintins — que Paulo lembra ter sim cunho religioso, por meio da cultura indígena, em que "o pajé ressuscita o boi".

Destaque na passagem da escola pelo Sambódromo, o “carro alegórico da vida” de Paulo Barros, como ele mesmo definiu, trouxe um São Jorge hi-tech. Sem dúvidas, a alegoria foi uma das que mais levantou o público neste Carnaval.