Vacina bivalente da Covid: quem já pode se imunizar na campanha que começa hoje
Começa hoje uma nova fase de vacinação contra a covid-19 em todo o Brasil. Pessoas de diferentes faixas etárias poderão receber as vacinas bivalentes contra a doença. O imunizante é uma versão atualizada dos já existentes contra a Covid-19, porém oferece uma proteção maior ainda contra as novas variantes da Ômicron.
Vacina bivalente para Covid-19: está na hora de receber mais uma dose? Tire as dúvidas sobre a nova etapa da campanha
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O Ministério da Saúde dividiu os grupos prioritários em cinco fases. Num primeiro momento apenas idosos com 70 anos, pessoas vivendo em Instituições de Longa Permanência (ILPI's) a partir de 12 anos, abrigados e os trabalhadores dessas instituições; comunidades indígenas, ribeirinhas e quilombolas, além de imunocomprometidos.
São eles: pessoas que passaram por transplante de órgão ou de medula óssea; pessoas vivendo com HIV; pessoas com doenças inflamatórias imunomediadas em atividade e em uso de corticoides em doses 120 mg/dia de prednisona, ou equivalente, por 14 dias; crianças com doses de prednisona, ou equivalente, de 2 miligramas por quilo por dia por mais de 14 dias e até l0 quilos Kg; pessoas em uso de imunossupressores e/ou imunobiológicos que levam à imunossupressão; pessoas com erros inatos de imunidade (imunodeficiências primárias); pessoas com doença renal crônica em hemodiálise; pacientes oncológicos que realizam tratamento quimioterápico ou radioterápico nos últimos seis meses; pessoas com neoplasias hematológicas.
Na segunda fase, o órgão colocou pessoas de 60 a 69 anos de idade. Gestantes e puérperas englobam o terceiro grupo. Trabalhadores da saúde e pessoas com deficiência permanente fazem parte da quarta e quinta fase, respectivamente.
Diferenças entre municípios
Alguns estados como São Paulo (confira o calendário de vacinação aqui), Rio de Janeiro (confira o calendário de vacinação aqui), Bahia, Rio Grande do Sul e Minas Gerais, vão seguir as recomendações do Ministério, entretanto, cada município pode ter um esquema de vacinação diferente, como por exemplo, na capital do Rio de Janeiro, as vacinas serão destinadas hoje aos idosos com 85 anos ou mais e pessoas imunocomprometidas acima de 60 anos. No decorrer da semana a faixa etária vai diminuindo até chegar aos idosos com 70 anos ou mais e pessoas imunocomprometidas com 12 anos ou mais no sábado (04/03).
Em Salvador e Belo Horizonte, a primeira fase da campanha vai contemplar idosos com 80 anos ou mais, os imunocomprometidos, quilombolas, as pessoas assistidas em instituições de longa permanência com 12 anos ou mais, e os respectivos trabalhadores destes centros de acolhimento.
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Já em Porto Alegre, a Secretaria Municipal de Saúde inicia a aplicação da vacina bivalente em pessoas com 90 anos ou mais e a abertura das demais faixas será escalonada para “evitar aglomerações nos pontos de vacinação”.
Por conta dessas diferenças é importante verificar o calendário estabelecido em cada cidade de acordo com faixa etária e prioridades. Também vale ressaltar que serão vacinadas as pessoas dos grupos prioritários que completaram o esquema básico ou que já receberam uma ou duas doses de reforço, respeitando o intervalo de quatro meses da dose mais recente recebida.
Principais dúvidas em relação a vacina bivalente
Quando posso tomar a vacina bivalente?
No total, aqueles elegíveis para receber a bivalente totalizam 52 milhões de brasileiros, segundo estimativas do Ministério de Saúde. De acordo com o cronograma de entregas da Pfizer, 38 milhões de doses da vacina já foram enviadas ao Brasil, e mais 10 milhões devem chegar até junho.
A vacinação será escalonada em etapas, de acordo com o envio das doses aos estados e com o recebimento das novas levas pela Pfizer.
De acordo com a nota técnica do ministério, nessa primeira fase, que começa amanhã, a prioridade são pessoas a partir de 70 anos; pessoas vivendo em instituições de longa permanência (ILP) a partir de 12 anos (abrigados e os trabalhadores dessas instituições); imunossuprimidos e comunidades indígenas, ribeirinhas e quilombolas;
Em seguida, na próxima etapa, serão incluídas pessoas de 60 a 69 anos de idade. Na terceira fase, gestantes e puérperas passarão a receber a dose bivalente. Por fim, nas fases 4 e 5, serão incluídos, respectivamente, os trabalhadores de saúde e as pessoas com deficiência permanente.
O ministério divulgou apenas que a campanha começará amanhã, porém não anunciou as datas exatas para as demais etapas. Mas, como estados e cidades podem implementar seus próprios calendários, é importante checar as datas e os grupos divulgados pelas secretarias estaduais e municipais.
A população geral receberá a dose bivalente?
Em alguns países, como Chile e Estados Unidos, a bivalente é indicada à população geral. Porém, não há planos para que pessoas de fora dos grupos de risco, como as abaixo de 60 anos, recebam indicação para a nova dose da vacina no Brasil.
Ainda assim, a população geral também é alvo da nova campanha do Ministério da Saúde devido às baixas coberturas com a terceira e a quarta dose, de modo a chamar os atrasados para os postos de saúde. Segundo dados da Rede Nacional de Dados de Saúde (RNDS), compilados pela pasta, são cerca de 60 milhões de brasileiros sem o primeiro reforço.
O ministério indica o esquema de três aplicações para todos com mais de seis meses de idade, ou seja, também crianças e adolescentes. Já a quarta dose é para aqueles a partir de 40 anos. Em muitos estados e municípios, esse segundo reforço é ampliado para todos com mais de 18 anos, o que não tem contraindicação, embora os benefícios sejam limitados.
O que são as novas vacinas bivalentes?
As vacinas utilizadas desde 2021 são chamadas de monovalentes, pois foram feitas com apenas uma versão do novo coronavírus – a que foi identificada ainda no final de 2019. No entanto, como o Sars-CoV-2 evoluiu com o passar dos anos, os laboratórios Pfizer e Moderna desenvolveram novas formulações chamadas de bivalentes.
As novas formulações são baseadas em duas versões do vírus, metade com a mesma das doses anteriores, e a outra metade com material da Ômicron, variante que predomina hoje no mundo. Com isso, a proteção é ampliada.
A bivalente é mais atualizada em relação às variantes que circulam no Brasil e no mundo, e tem como principal objetivo dar uma proteção maior, porém ela é uma dose de reforço, então as pessoas precisam ter recebido pelo menos duas doses da vacina original antes.
No Brasil, somente o imunizante adaptado da Pfizer tem aval da Anvisa como um reforço para maiores de 12 anos. Porém, a aplicação depende de recomendação e oferta do Ministério da Saúde, que indicou apenas a determinados grupos considerados de maior risco para agravamento da doença.