Vacina da gripe tem eficácia menor do que Coronavac
A eficácia da Coronavac é maior do que outras vacinas aplicados no Brasil, como a da gripe. Na última quinta-feira (7), o governo de São Paulo e o instituto Butantan divulgaram a taxa de eficiência do imunizante contra o novo coronavírus: 78% para casos leves de coronavírus e 100% para sintomas moderados e graves.
A vacina contra a influenza, dada anualmente a idosos e grupos prioritários, previne gripes de cepas, como a H1N1, mas tem uma eficácia média entre 60% e 70%. O valor, porém, varia ao longo dos anos e já atingiu menos de 50%.
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“Existe uma diferença na vacina da Coronavac para a de influenza: como a da influenza é feita com vírus que mais circularam no inverno anterior no Hemisfério Sul aqui no Brasil, às vezes há um desencontro das cepas. Então, a eficácia diminui, é normal isso, medimos isso após a vacinação", explicou ao portal UOL Melissa Palmieri, diretora da regional São Paulo da SBIm (Sociedade Brasileira de Imunizações).
Segundo especialistas, a eficiência de uma vacinação é calculada também levando em conta aspectos como o público-alvo e a cobertura vacinal alcançada. Ou seja, vacinar as pessoas certas em número suficiente para barrar o vírus. “Nenhuma vacina tem eficácia de 100%”, afirmou Isabella Ballalai, vice-presidente da SBIm.
Com a campanha de vacinação, o Brasil erradicou epidemias ou tornou doenças infecciosas menos incidentes, como a varíola, em 1977, e a poliomielite, que teve o último caso no país em 1989. Também por imunização foram reduzidos casos e mortes por febre amarela e Influenza, por exemplo, com vacinações de público-alvo ou por meio de campanhas.
Já doenças como o sarampo voltaram, não por falta de eficácia da vacina (que atinge 95% a 97% na segunda dose), mas por baixa cobertura vacinal. Em 2019, o Brasil não atingiu nenhuma meta das campanhas de vacinação.
Outros imunizantes não eliminam a doença, mas previnem suas formas graves, como é o caso do bacilo que causa a tuberculose. “A vacina da tuberculose não tem uma eficácia muito alta, é de 60% para a forma pulmonar clássica. Mas ela previne as formas graves da doença. É uma forma de trabalhar com a redução do impacto da doença”, disse a epidemiologista, professora e pesquisadora Ana Brito, da Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz) e UPE (Universidade de Pernambuco).
A vacina contra a tuberculose previne formas graves como meningite tuberculosa e tuberculose miliar (que se espalha pelo corpo). Ela deve ser dada ainda em bebês e é gratuita.