Valdemar deve depor em inquérito sobre minuta golpista que 'circulou' no governo

Possibilidade foi levantada pelo diretor-geral da PF, Andrei Passos

Valdemar já falou sobre a minuta golpista em ocasiões passadas (REUTERS/Adriano Machado)
Valdemar já falou sobre a minuta golpista em ocasiões passadas

(REUTERS/Adriano Machado)

O presidente do PL, Valdemar Costa Neto, deve ser chamado a depor como testemunha no inquérito que investiga a minuta golpista encontrada na casa do ex-ministro da Justiça, Anderson Torres.

A informação foi compartilhada por Andrei Passos Rodrigues, novo diretor-geral da Polícia Federal (PF), ao blog de Andreia Sadi, do g1.

"Eu não posso aqui cravar que isso acontecerá, provavelmente ele e qualquer outra pessoa que tiver informação ou relação com os episódios investigados pode ser chamado a ser ouvido na condição de testemunha para poder ajudar a esclarecer os fatos", afirmou.

O que é a minuta? A proposta encontrada com Torres sugeria que Jair Bolsonaro (PL), então presidente, decretasse estado de defesa na sede do TSE (Tribunal Superior Eleitoral) com o objetivo de mudar o resultado das eleições de 2022.

A PF encontrou o documento durante operação autorizada pelo ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal). O magistrado também determinou a prisão de Torres, que ocorreu em 14 de janeiro, depois que ele voltou ao Brasil.

Torres é acusado de omissão diante dos atos golpistas de 8 de janeiro. Na ocasião, ele era secretário de Segurança do Distrito Federal, mas foi exonerado.

Valdemar já falou a respeito. Na sexta-feira passada (27), o presidente do PL afirmou ao jornal O Globo que:

  • Vários membros e interlocutores do governo Bolsonaro tinham propostas parecidas com a ‘minuta do golpe’;

  • Documentos vinham pelos Correios e em eventos políticos;

  • Bolsonaro nunca falou sobre o assunto com ele.

Na avaliação da equipe de Bolsonaro, a fala de Valdemar complica a vida de todos ao admitir que o documento existia e outros também.

A Polícia Federal também desconfia que a minuta tenha sido elaborada por integrantes do governo anterior. Essa possibilidade contraria a versão dada por Torres, que afirma que o documento foi entregue por um cidadão comum.