Vídeo de novembro de Bolsonaro fazendo piada com Covid e ozônio no ânus viraliza

Brazilian President Jair Bolsonaro gestures during the commemoration of the 54th anniversary of the creation of Brazil's Tourism Board (EMBRATUR) at Planalto Palace in Brasilia, on November 17, 2020. (Photo by EVARISTO SA / AFP) (Photo by EVARISTO SA/AFP via Getty Images)
Presidente fez uma piada homofóbica envolvendo infectados pela Covid-19 e o suposto tratamento via ozônio retal. (Foto: EVARISTO SA/AFP via Getty Images)

Um vídeo do presidente Jair Bolsonaro fazendo uma piada homofóbica envolvendo vítimas contaminadas pelo novo coronavírus e a aplicação retal de ozônio voltou a circular nas redes sociais, nesta quarta-feira (9).

Nas imagens, gravadas em 27 de novembro, o presidente zomba do prefeito de Itajaí (SC), Volnei Morastoni (MDB), que em agosto anunciou a disponibilização de uma alternativa não comprovada cientificamente de tratamento contra a Covid-19 na cidade: aplicação de ozônio pelo ânus.

“Vou estar em Itajaí antes do Natal, mas não vou tomar ozônio lá não tá (risos). Diz que o prefeito do ozônio foi reeleito né?! O pessoal sabe dessa história ou não? Vou falar só em partes: o prefeito falou que cura a covid com ozônio, com aplicação de ozônio. Mas não pergunta onde é a aplicação não. (risos) Tinha muita gente indo pra lá tomar ozônio ‘estou com Covid’ (risos)”, brinca, Bolsonaro.

O trecho com a piada consta entre 8:19 e 9:00 no vídeo abaixo:

Em novembro, a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) publicou uma nota técnica sobre a ineficácia do uso do ozônio contra esse vírus. De acordo com o documento emitido pela agência, “não foram apresentadas à Anvisa evidências científicas sobre a eficácia desinfetante do ozônio contra o Sars-CoV-2”.

Em outras palavras, o uso da técnica não é eficaz contra o vírus da COVID-19. A afirmação da agência foi feita, a partir de uma revisão de dados de estudos nacionais e internacionais disponíveis.

A fala de Bolsonaro foi feita a apoiadores que o aguardavam na entrada do Palácio do Planalto, no famoso “cercadinho”. Na ocasião, o presidente também mentiu ao dizer que máscaras são “pouco eficazes” no combate ao novo coronavírus e questionou, sem provas, a CoronaVac, vacina produzida pelo Instituto Butantan em parceria com o laboratório chinês Sinovac.