Wyoming se torna o primeiro estado dos EUA a proibir pílulas abortivas
O Wyoming, no noroeste dos Estados Unidos, se tornou na sexta-feira (17) o primeiro estado do país a proibir pílulas abortivas. A medida, anunciada pelo governo regional, constitui uma nova vitória dos conservadores que diminuem, cada vez mais, o acesso das americanas ao aborto.
A decisão do governo do Wyoming diz respeito à mifepristona que, aliada a outra substância, o misoprostol, é o método mais utilizado pelas mulheres americanas para colocarem um fim a gestações indesejadas. A substância, vendida sob os nomes comerciais de Mifeprex, Korlym, e conhecida também como RU 486, é aprovada pelas autoridades sanitárias do país há mais de 20 anos, sendo cientificamente comprovada como eficaz e segura.
O governador do Wyoming, Mark Gordon, sancionou a lei na sexta-feira após sua criação e aprovação por legisladores republicanos do Estado. Com a decisão, que passará a valer a partir de julho, será ilegal "prescrever, distribuir, vender ou usar qualquer droga com o objetivo de realizar um aborto", diz o texto.
A medida tornará a utilização da mifepristona passível de seis meses de prisão e de uma multa de US$ 9 mil. As chamadas "pílulas do dia seguinte", utilizadas após as relações sexuais, não fazem parte da proibição.
Após sancionar a lei, Gordon fez um apelo para que os legisladores também inscrevam a proibição total do aborto na Constituição do Wyoming. "Acredito que toda a vida é sagrada e cada indivíduo, inclusive crianças que vão nascer, deve ser tratado com dignidade e compaixão", declarou o governador na sexta-feira.
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