Zambelli dá detalhe de comunicação com gabinete de Moraes: 'Ninguém estava acreditando que era eu'

A deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) voltou a repercutir em uma live o contato estabelecido com o gabinete do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes. Em uma transmissão realizada na noite desta quinta-feira com o deputado bolsonarista Gustavo Gayer (PL-GO), Zambelli relatou "em primeira mão" sua comunicação com o gabinete. Aliada do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), a parlamentar é um dos investigados pela Corte e pelo Superior Tribunal Eleitoral (TSE) por contestar o resultado das eleições presidenciais de 2022.

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Em entrevista à "Folha de S.Paulo", a deputada afirmou ter procurado Moraes por ter "expectativa" de ser presa pela Polícia Federal. Zambelli disse que o contato foi também para comentar sobre as pessoas presas nos atos de janeiro, em Brasília, durante os atos golpistas à sede dos Três Poderes, em Brasília:

— Foi até uma história engraçada, vou contar aqui (na live) em primeira mão. Eu liguei (para o gabinete) e falei com uma moça, disse a ela que era Carla Zambelli e gostaria de encontrar o Alexandre de Moraes para a gente conversar. Um dos motivos eram os mais de 900 presos de Brasília, para ver se a gente conseguia, de alguma maneira, solta-los. Eu iria pedir por eles. E também ia tentar falar sobre o Figueiredo e Rodrigo Constantino, pessoas que estão fora do Brasil e, às vezes, não tem nem advogado formado e que precisamos ouvir essas pessoas de volta e desbloquear também os jornalistas — disse Zambelli.

Segundo a parlamentar, na ligação ao gabinete do ministro, questionou a atendente se era para mandar um e-mail em pedido formal para a conversa com Moraes já que "e-mails costumam vazar" e poderia ser uma conversa informal.

— A atendente foi e disse que ninguém estava acreditando que era eu [risos] então mandei o e-mail. Nunca tive a resposta, mas alguns dias depois minhas redes sociais voltaram e ele (se referindo a Alexandre de Moraes) aproveitou para desarmar. Acho que ele começou a entender que, com a ascensão do Lula, a nossa prioridade muda um pouco — concluiu a resposta a Gayer sobre a tentativa de contato com o ministro do STF.

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As nove redes sociais de Zambelli, Facebook, Twitter, Instagram, YouTube, Telegram, TikTok, Gettr, WhatsApp e LinkedIn, haviam sido suspensas depois de uma ordem do TSE, em 1º de novembro do ano passado, que determinou a suspensão das contas da parlamentar nas redes sociais após ela dizer que as eleições vencidas por Lula foram fraudadas, apoiar o bloqueio de rodovias por bolsonaristas e defender uma “intervenção militar”, mas a deputada afirmou que acredita ter sido por sua "influência" no mundo virtual.

Os perfis foram reativadas no dia 6 de fevereiro deste ano. Na decisão, Moraes apontou que “houve a cessação de divulgação de conteúdos revestidos de ilicitude e tendentes a transgredir a integridade do processo eleitoral”.

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Logo nos primeiros dias do ano, em 3 de janeiro, a PF chegou a cumprir um mandado de busca e apreensão em dois endereços de Zambelli. A ordem foi emitida pelo ministro Gilmar Mendes, do STF, que mandou a polícia recolher armas que não teriam sido entregues pela parlamentar. Em dezembro de 2022, Gilmar deu 48 horas para a deputada entregá-las às autoridades. Ela disse ter cumprido a ordem após o prazo, porque estava em viagem ao exterior.